Brasil 2021: Ainda somos um país de fazendeiros?
Talvez esse texto não devesse se iniciar como uma pergunta e sim como uma afirmativa. Sim, ainda somos um país de fazendeiros.
Tá, mas por quê?
A pandemia causada pela Covid-19 mostrou muito da fragilidade do nosso sistema. Essas fragilidades fecharam negócios, destruíram famílias e arruinaram muitos sonhos.
Mas o que isso tem a ver com Marketing e Tecnologia?
Eu te digo: Tem tudo!
Uma breve história das pandemias
Pandemias já são algo recorrente na história da humanidade. Isso ocorre por vários fatores, mas o principal com certeza é o evolutivo. Uma das mais conhecidas, sem dúvidas, foi a Peste Negra que assolou a Europa entre 1347 e 1351. Ela é popularmente conhecida como a doença mais mortal que já surgiu, mas um fato curioso é que nos tempos modernos ainda convivemos com a bactéria que a causa (Yersinia Pestis).
Outra muito impactante foi a Gripe Espanhola que durou de 1918 a 1920. Essa, em relação a Peste Negra, não foi causada por uma bactéria mas por uma variação do vírus Influenza.
Hoje, nós lidamos com a pandemia de Covid-19, uma doença causada pelo Coronavírus do tipo Sars-Cov-2. Mas diferentemente das outras pandemias a sociedade estava, em teoria, mais preparada.
Segundo o artigo de Yuval Harari (Lessons from a year of covid), antigamente as pessoas e até mesmo os melhores cientistas não tinham noção do que estava acontecendo. Alguns acreditavam ser um castigo divino e outros não tinham recursos para avaliar com maior precisão.
Porém, hoje contamos com tecnologia o suficiente para :
– Sequenciar o genoma dessa doença em poucos dias
– Rastrear os infectados (sintomáticos e assintomáticos)
– Mensurar os efeitos e o prazo que o organismo cria anticorpos para essa doença
Se a humanidade, teoricamente, está mais preparada, por que a doença se espalhou e provocou tamanho sofrimento?
A resposta é simples: Desastrosas decisões políticas
Lockdown e a evolução tecnológica
O Lockdown é uma medida de saúde pública onde determinada região passa por um isolamento ou restrição de acesso.
Essa medida é muito eficiente, principalmente em países mais desenvolvidos, mas nos outros países infelizmente ela se mostrou pouco eficaz.
Vamos imaginar a seguinte história:
Imagine que no ano de 1347 um monarca informasse ao povo que eles não deveriam ir mais às fazendas para plantar e colher seus frutos, pois um vírus mortal estava em circulação.
Isso seria inadmissível! Muitos deles se rebelariam ou questionariam a medida do monarca, pois sua família não poderia morrer a míngua.
E hoje, quase 7 séculos depois, ainda passamos pela mesma situação!
Mesmo numa época em que contamos com máquinas agrícolas automatizadas que conseguem colher cerca de 30.000 alqueires de soja em 1 dia contra apenas 5 alqueires por dia que um trabalhador médio pode fazer manualmente.
Em 1582, na Inglaterra, um navio poderia transportar 68.000 toneladas de recursos (alimentos, roupas, etc…) e precisaria de cerca de 16.000 marinheiros para manuseá-los. Hoje, o navio porta-containers OOCL Hong Kong consegue transportar 200.000 toneladas de recursos precisando de apenas 22 membros na tripulação.
Tudo isso mostra que temos tecnologia o suficiente para manter um bom distanciamento social e cadeias de suprimentos mais enxutas.
Tecnologia favorece o distanciamento
Após todo o globo decretar o estado de pandemia e lockdown, a maioria dos negócios e locais precisaram tomar medidas mais radicais para evitar aglomerações e manter o distanciamento social.
Muitos negócios precisaram se adaptar e se reinventar. A tecnologia e a internet já eram conhecidas antes por “encurtar” as distâncias. Logo após esses eventos, elas se mostraram pilares essenciais para manter a atividade econômica e social dos países.
Algumas atividades como pedagogia, contabilidade e advocacia que pareciam ser impossíveis a distância, mostraram-se possíveis de serem feitas via online. Claro que não há 100% de perfeição, porém com o momento em que vivemos qualquer percentual de eficiência é lucro.
Mas, apesar de os todos pontos, em teoria, indicarem que seria possível passar por essa calamidade de uma forma “gerenciável”, na prática vimos que aconteceu uma catástrofe e esses processos não funcionaram tão bem quanto poderiam.
Entendi. Se todos esses processos não funcionaram, então de quem é a culpa?
Essa culpa não é sua e nem minha e sim de um ineficiente planejamento estatal (se é que houve um). Há muitos pontos a se falar sobre a desastrosa agenda neoliberal seguida por Jair e Guedes, inclusive alguns deles se assemelham às ações dos Chicago Boys que levaram a crise Chilena.
Mas, nesse momento, vamos esquecer um pouco a hierarquia e a complexidade do sistema e focar apenas nas ações pessoais do chefe de estado. Durante a pior crise sanitária dos últimos tempos ele:
– Afirmou que a doença era apenas uma “gripezinha” (como no pronunciamento em rede nacional no dia 20 de março de 2020)
– Desencorajou o uso das máscaras (em sua live da na semana do dia 25/02/2021)
– Incentivou aglomerações (há tantos links que é difícil citar 1 só)
– Recusou-se a comprar vacinas (rejeitou 70 milhões de doses da Pfizer em agosto de 2020)
Enquanto isso, outros chefes de estado seguiram as orientações da OMS e de outros países que adotaram as mesmas medidas. Mas, mesmo os governadores tentando ir contra a política genocida do principal chefe de estado, ainda assim não foi possível salvar as mais de 280.000 vidas perdidas.
Porém, a incompetência política não é exclusividade do Brasil. Na Inglaterra e nos EUA, também houve um grande impacto devido ao negacionismo e a políticas ineficazes. Essas ações resultaram em mais de 110.000 mortes na terra da Rainha e mais de 536.000 nos EUA, respectivamente.
O problema não é apenas com os governantes em si, mas com todo um sistema. Um sistema que se preocupa mais com “manter a roda girando” do que com o bem da população.
A pandemia acendeu um alerta vermelho! 80% das empresas ainda estão nos estágios iniciais do marketing digital
Sim, segundo um estudo de 2019 da E-commerce Brasil, uma das referências em comércio digital, 80% das empresas ainda estão nos estágios iniciais do marketing digital. Ou seja, 80% dos negócios ainda são “fazendeiros comuns” dentro do universo digital.
Mas o que isso quer dizer na prática?
Quer dizer que 80% das empresas brasileiras não possuem um site que siga as normas e padrões de Desenvolvimento Web (às vezes, nem site tem). Quer dizer também que 80% das empresas acham que as redes sociais são apenas “postar por postar”, sem uma estratégia definida. E mais, 80% das empresas precisam de vendas imediatas e diárias mas não fazem campanhas no Google ou Facebook Ads.
Isso é muito preocupante, pois a pandemia evidenciou essas fragilidades que já existiam. Boa parte dessas empresas pode ter quebrado ou quebrará em breve caso não tenha uma “intervenção digital”.
E aí? Qual vai ser?
Com as fracas medidas do (des)governo, a tendência é que essa pandemia se estenda por mais tempo e os negócios precisarão de cada vez mais visibilidade no meio digital.
Hoje a sua empresa atua com a tecnologia a favor ou ainda é retrógrada?
Você ainda quer ser um “fazendeiro comum” ou quer fazer parte da era da tecnologia?
A escolha fica a seu critério, mas recomendo que seja breve.
Muito bom 😉