O Poder do Conteúdo e da Mentira

O Poder do Conteúdo e da Mentira

É muito louco como a comunicação humana se reinventa, né? A gente fala direto sobre como as coisas estão avançadas e como a famigerada transformação digital mudou o mundo todo. Mas será que mudou mesmo?

Vamos falar sobre o tal do Conteúdo e como ele virou (ou sempre foi) o propulsor de todas evoluções (e cagadas) humanas? Então Pega:

A Comunicação Humana e o Conteúdo

Pra começar logo dando na cara, eu queria citar o gênio Yuval Noah Harari, sei que pode parecer clichê, porque tudo que é marketeiro e marketeira, hoje em dia quer citar esse mano. Mas olha só, ele fala uma coisa que realmente me fez pensar que a transformação digital não mudou TANTO assim o mundo. Pode ter mudado os meios de comunicação, mas não a comunicação em si.

Você deve estar pensando: Cara, ele tá bem louco hoje, ein?

Tô não, se liga nesse pensamento do glorioso Harari:

Todos os outros animais usam seu sistema de comunicação apenas para descrever a realidade. Um chimpanzé pode dizer: “Olha, lá vem um leão. Vamos fugir! Ou: “Olha, tem uma bananeira ali. Vamos pegar bananas!” Humanos, em contraste, usam sua linguagem não apenas para descrever a realidade, mas também para criar novas realidades, realidades fictícias. Um humano pode dizer: “Vejam, há um Deus acima das nuvens! E se vocês não fizerem o que eu mandar, quando morrerem, Deus vai puni-los e mandá-los para o inferno”.

Ah, mas o que isso tem a ver com hoje em dia?

O ponto que quero chegar é o seguinte: Nós, como humanos, levamos larga vantagem na evolução porque temos a capacidade de criar um sistema lúdico capaz de convencer grandes massas e não porque temos a capacidade de criar um aparelhinho que tem o mundo dentro.

Resumindo: O aparelhinho nada seria sem o imaginário subjetivo humano, algo que chamamos, hoje em dia, de tcharammmm: CONTEÚDO. Isso mesmo, o conteúdo é quem move a crença e consequentemente a realidade das pessoas, pro bem ou pro mal e fica pior, não se trata somente do Conteúdo e sim de quem e quando se acredita nele. Se liga…

Harari de novo:

Não se pode convencer um chimpanzé a dar uma banana a você prometendo: “… depois que você morrer, irá para o paraíso dos chimpanzés…! “. “E receberá uma infinidade de bananas pelas suas boas ações. Agora, me dê esta banana”. Nenhum chimpanzé jamais acreditaria numa história dessas. Só os humanos acreditam nessas histórias, e é por isso que controlamos o mundo, enquanto que chimpanzés estão presos em zoológicos e laboratórios de pesquisa.

Entende a loucura, nós somos seres crentes, precisamos ser. Assim que controlamos o mundo e evoluímos. Precisamos mesmo? Não sei. De verdade, o que eu sei e estou tentando dizer é que um monte de gente fica falando por aí que a Transformação Digital mudou o mundo. Mudou porra nenhuma.

Se levarmos em consideração o interessante ponto de vista do Harari, a gente acaba caindo numa obviedade até infantil: O mundo é controlado por quem produz conteúdo que recebe mais atenção de mais pessoas. Meio bobo, não é? É claro que aí entra a força da transformação digital que expandiu o meio de comunicação à milhares e milhares de pessoas a mais do que se atingia no século passado, obviamente, tá? Mas é só.

A real força da comunicação humana está na mensagem (conteúdo), em como essa mensagem é “acreditada” (fé das pessoas numa subjetividade) e em que momento histórico ela está inserida. É o que eu chamo de Tripé da Maldade (ou bondade). E esse bicho aí, geralmente vem com cifrões nos olhos. Só um detalhe.

Pra marretar esse ponto de vista de vez, vou apelar e usar o lindo do Harari de novo:

Dinheiro, na verdade, é a história mais bem-sucedida já inventada e contada aos humanos, pois é a única história em que todos acreditam. Nem todo mundo acredita em Deus, nem todo mundo acredita em direitos humanos, ou no nacionalismo, mas todo mundo acredita no dinheiro, e nas cédulas do dólar. Até mesmo o Osama Bin Laden. Ele odiava a política, a religião americana e a cultura americana, mas ele não fazia nenhuma objeção aos dólares americanos. Ele gostava muito deles, na verdade.

Entendem até onde se espalha a loucura da subjetividade. A gente vive e morre por causa de uma história bem-sucedida que foi inventada e que a gente SIMPLESMENTE acredita. Com qualquer conteúdo a premissa é a mesma.

Você inventa uma história, se ela for “acreditada”, você pode mudar o mundo todo. Nações crescem e somem por conta de histórias contadas e acreditadas.

Agora, como viver com isso?

Quando você vir algum papagaio de instagram falando que você deve fazer isso ou aquilo pra crescer seu perfil, vendendo curso mágico de engajamento, DESCONFIE. Por que a verdade é que ninguém sabe qual mensagem, qual subjetividade e qual momento são os certos. NINGUÉM, porém não se pode fugir da evolução, mas podemos entender a revolução.

Então, a importância do conteúdo acabou de ganhar uma nova sala na sua cabeça, na minha pelo menos ganhou, e é uma sala bem grande, viu? Mas no fundo, no fundo, você e eu já sabíamos disso.

Na verdade uns 90% dos cursos que tem por aí falando de marketing digital são de coisas que você já sabe mas não consegue implementar na sua empresa. Ou porque sua agência é ruim ou porque falta sinergia mesmo e tudo bem. O que importa é se ter um novo olhar ao que realmente importa.

A gente precisa parar de falar um pouco em transformação digital pra começar a falar no que vale realmente a pena se transmitir e se acreditar.

Então, pra começar a encerrar, eu parto pra pergunta chave:

O conteúdo que vamos criar vai criar algo de bom?

Pensa nisso. Esquece um pouco a “transformação” digital porque ela não transformou os humanos, ela transformou apenas os dispositivos e os meios e não as mensagens.

Nós, humanos, ainda somos os maiores mentirosos do mundo e enquanto formos, vamos continuar por aqui um bom tempo. Agora precisamos inventar mentiras melhores, mentiras boas e não essas que colocam genocidas no poder.

Chama aí pra bater um papo e acompanha o Enzimados Podcast que sempre rolam essas tretas ótimas e saudáveis.

Quem quiser saber mais sobre o MARAVILHOSO Yuval Noah Harari, o link da palestra que serviu de apoio pra este humilde texto está aqui: https://www.youtube.com/watch?v=nzj7Wg4DAbs

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