O Podcast e o perigo de dar voz aos Idiotas
Recentemente vimos o maior estúdio de Podcast do Brasil envolvido em uma polêmica com um de seus âncoras, que já vinha dando sinais de “direitopatia-hetero-branca-machista” aguda, mas que vinha passando despercebido, ou, vinha escondido atrás do muro macho do privilégio branco.
Parece que agora, FINALMENTE, as barbaridades do “influencer” (sim, influencer digital, aff) foram ouvidas e ele foi desligado do Podcast mais ouvido e assistido do Brasil.
Não estou aqui para julgar ninguém, mesmo porque as bostas que ele falou esses anos todos já o julgarão.
Eu estou aqui pra falar de algo mais grave do que as barbaridades que direitopatas seguidores do Bozo louco falam, estou aqui para falar de:
Tan-nan-nan-naaaaannn: O privilégio branco e seu tesão em ter o direito, garantido por lei, de continuar ofendendo quem quer seja diferente do mundo branco, macho e hétero.
Por que as “pessoas” lutam tanto pelo direito de expressar opiniões racistas, misóginas, xenofóbicas e homofóbicas?
Essa resposta não existe, porque é simplesmente inconcebível alguém que vive no Brasil atual, com esses lunáticos no governo, achar que é mais importante angariar o direito de ter uma opinião (racista), em vez de lutar por uma gasolina com preço justo (pra citar um exemplo tosco, tá?), mas seguimos:
O mundo é cíclico e sempre será. Ondas de direita e esquerda virão, opiniões e presidentes que espalham a farofa (alguns literalmente) sempre existiram e sempre existirão, assim como opiniões de merda de “influenciadores”. O que nos resta fazer é nos informarmos e nos posicionarmos, porque um dia essa merda vai ter que acabar.
Porém, é assim que caminha a humanidade, mas essa frase que pode parecer conformista, não pode ser confundida com fraqueza e jamais pode ser tomada pela falta de conhecimento.
Eu vou explicar melhor:
Para ter opinião (mesmo que seja de merda) também é necessário ter conhecimento histórico.
O mais alarmante no discurso dos bonitão cheio de opiniões aí, é a mais completa falta de argumentação e conhecimento histórico.
Comandados e inspirados pelo “capitão-farofa”, hoje vemos uma onda idiotizada de opiniões vomitadas, baseadas em nada. NADA, nem em novelinha, nem em seriezinha, NADA (muito menos em ciência ou história).
São opiniões simplesmente jogadas sem contexto, às vezes com a desculpa de: “Se eu não posso ter uma opinião racista, isso é censura”.
Esse discurso é nojento sim, e isso bastaria, porém esse discurso é também vazio. Vazio de ideia e de argumento, e por isso, mais perigoso ainda. Por que não é preciso validar uma opinião vazia, ela só existe.
A opinião racista, misógina, homofóbica ou xenofóbica, ela só fica ali, pairando no ar e machucando a cabeça das pessoas que, assim como um influencer idiotizado que caga pela boca, não tem um pingo de conhecimento histórico (isso, eles mesmos admitem em seus pedidos de desculpas, por aí, quando a “casa cai”).
Inclusive, no auge, de seus privilégios brancos, em seus pedidos de desculpas, ELES CONVIDAM, as representações judaicas, ou as representações dos movimentos oprimidos historicamente pra explicar a História pra eles. Coitadinhos, afinal eles não tiveram acesso a uma boa educação, né?
Esses “bonitão” só pode tá de brincadeira, né?
Entendem onde eu quero chegar?
Mesmo depois da merda feita, normalmente eles REALMENTE acham que vão pedir uma desculpa de 30 segundos, e vai ficar tudo bem.
Ou, às vezes eles vão além, e os mais experientes podem até conseguir chorar durante os pedidos de desculpas. É digno de Oscar (não foi o caso do último “fera” que não conseguiu convencer nem uma criança de 8 anos).
Mas a pergunta que fica é: Por que eles acham que um pedidinho de desculpa safada vai deixar tudo bem?
Aliás, refaço a pergunta:
– Por que VOCÊ acha que ELES ACHAM que uma desculpa safada de 30 segundos vai deixar tudo bem?
Pensa aí.
E agora, então?
A gente aceita? Larga de mão? A gente aceita que sempre terá um idiota cagando pela boca?
Não é bem assim: Claro que terão consequências, eles perdem o emprego, ficam queimados na mídia, por um tempo… mas logo, logo, aparece outro tonto falando bosta. Sim. O mundo roda assim, meus caros e minhas caras.
Mas e aí? Se isso te incomoda, o que você pode fazer? Eu não sou ninguém pra falar e esse texto já fugiu totalmente do assunto, tá?
Mas eu, particularmente, tenho pensado muito nesse privilégio branco e em como a gente, sem nem perceber, se coloca numa espécie de prateleira acima dos outros e se você se incomoda com isso e também tem achado isso nojento, está na hora de fazer uma reflexão.
Essa reflexão pode começar pequena, sabe? Mas ela PRECISA começar.
Começa tentando lembrar quantas vezes você se sentiu discriminado por ser branco. Depois, tenta lembrar quantas vezes você tomou um esculacho da PM (isso mesmo: aquela vez que você estava bêbado, ou com aquele baseadinho pra relaxar no bolso).
Tenta lembrar o que aconteceu, como você foi tratado, e aí, você vai começar a entender melhor porque a desculpinha safada do influencer vai sim colar e porque isso acaba validando outros influencers e meninos com “opinião” a continuar falando mais bosta na internet e no mundo.